Em uma caixinha no armário, na gaveta do escritório, na bolsa e até na carteira. Andar com remédios por perto mesmo antes de aparecem os sintomas é um hábito para lá de comum na rotina dos brasileiros. E não é segredo para ninguém que a necessidade de medicamentos movimenta o mercado: de acordo com a Interfarma (Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa), o mercado farmacêutico brasileiro deve movimentar entre US$ 39 bilhões e US$ 43 bilhões em 2023, comercializando algo em torno de 238 milhões de doses.
Mas quais são os medicamentos com maior expressão nesse mercado? No topo do ranking divulgado pela Interfarma com os produtos que tiveram maior valor total arrecado em vendas estão drogas para dores, diabetes e protetor solar. O levantamento foi feito com dados da IQVIA, responsável por diversas pesquisas do setor. A empresa afirma coletar 98% dos dados do mercado farmacêutico brasileiro por meio de cerca de 900 fontes, entre elas, distribuidoras de medicamentos, redes de farmácias e farmácias independentes. Confira abaixo os 10 produtos com venda mais expressiva no último ano (considerando o valor total em reais) e o que eles indicam sobre a saúde da população:
1. Dorflex: O líder da lista é um analgésico que funciona para diferentes tipos de dores, o que faz sentido, já que o sintoma é tão comum no dia a dia. Com dipirona sódica monoidratada, citrato de orfenadrina, cafeína, o medicamento é seguro, impede que o paciente fique sonolento e é comumente usado para dor de cabeça, cólica menstrual e dores musculares.
2. Xarelto: O medicamento funciona como anticoagulante e tem indicação para tratar trombose, embolia pulmonar recorrente em adultos e a fibrilação atrial, um tipo comum de arritmia cardíaca. Seu princípio ativo é a rivaroxabana, substância que impede a coagulação dos vasos sanguíneos, o que ocasiona os trombos.
3. Saxenda: É indicado para casos de obesidade: adultos com IMC igual ou maior a 30 ou àqueles com IMC a partir de 27 e que sofrem de doença relacionada ao sobrepeso, como hipertensão, gordura no fígado, pré-diabetes ou diabetes.
4. Neosaldina: Com dipirona e cafeína entre os princípios ativos, a neosaldina é outro analgésico popular para as dores comuns no dia a dia, como tensões musculares e dores de cabeça.
5. Addera D3: O medicamento serve para regular os níveis de vitamina D em pacientes que apresentam deficiência. O papel da vitamina é fornecer cálcio e fósforo ao organismo, contribuindo para a saúde dos ossos, intestino e rins. Sua falta pode levar a problemas como raquitismo e osteoporose.
6. Glifage: O medicamento é uma das principais indicações médicas para pacientes com diabetes 2 associado a obesidade e idade. “É uma droga segura e eficaz, que impede que o fígado produza açúcar em excesso”, esclarece Zagury. O glifage, que tem cloridrato de metformina como princípio ativo, não precisa de prescrição para ser comprado na rede privada, mas é necessário se o paciente quiser retirar gratuitamente na rede pública.
7. Torsilax: Também possui efeito analgésico. O torsilax é composto por diclofenaco sódico, paracetamol, carisoprodol e cafeína e combate diferentes tipos de dores.
8. Victoza: Tem o mesmo princípio ativo e foi criado no mesmo laboratório que o Saxenda, mas foi aprovado para comercialização como remédio para tratar apenas o diabetes tipo 2.
9. Anthelios: O nono colocado da lista é um protetor solar, produto indispensável para todas as pessoas que se expõe ao sol, mesmo que por pouco tempo. “Acredito que a posição dele ainda possa mudar dependendo da sazonalidade da pesquisa. Apesar de ser importante em todas as estações do ano, as pessoas aumentam o uso em estações mais quentes”, aponta Oliveira.
10. Puran: É indicado para o tratamento de hipotireoidismo, doença muito comum que afeta a glândula da tireoide causando cansaço, deixando o metabolismo mais devagar e até as batidas do coração mais lentas. O remédio é vendido sob controle e prescrição médica e é muito comum mundialmente, além de ser um dos medicamentos mais efetivos que existem.